Luizaura é freira, velhinha, e atende em seu convento toda mazela que encontra pelas ruas de Belo Horizonte.
Certo dia Luizaura encontra Nestor, e olha para aquela criança imunda, babada, com as calças meio arriadas jogada no chão. Sua miopia deixava o menino ainda mais borrado, e a sujeira ficava ainda mais intensa.
- Venha cá meu menino - disse a freira, segurando a mão de Nestor e o ajudando a levantar.
Nestor mudo, olhos vermelhos, levantou e se deixou guiar pela velhinha vestida de forma estranha, e não pode deixar de pensar em como seria engraçado se aquelas roupas fossem o uniforme oficial da polícia. Mas como nunca ria, não achou graça da própria piada.
No convento, Luizaura disse ao menino que lhe daria comida, cama e estudo, mas antes lhe daria banho. Acostumado a andar todo cagado, com farrapos roubados de mendigos, Nestor não teve problema em se despir na frente da velhinha e entrar na banheira.
Luizaura pegou sabão, bucha, álcool e se ajoelhou ao lado do garoto para lhe esfregar. Esfregou as costas, esfregou os braços, esfregou os joelhos, e na hora de esfregar o pau sentiu na mão uma imensa muca de pentelhos.
- Quantos aninhos o meninho tem? - perguntou Luizaura.
- Quorenta - uma voz grossa como barba mal feita de travesti saiu da garganta de Nestor.
Miope e meio surda, Luizaura não se deu conta, e continuou a lavar Nestor, o mendigo anão mais conhecido do eixo R. da Bahia com Tamóios.
Fim.
Bom, começou, vou escrever alguma coisa aqui toda sexta-feira. Consiga ou não, farei isso. Talves isso se chame algo como Contos da Sesta-pheira, ou algo escroto assim.
Abs.
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