Depois
de muito chorar e ficar em bad pesada, agora consigo pensar e colocar
em ordem alguns sentimentos para prestar justa homenagem e falar do
nosso amor pelo Gabriel Labanca, um dos nossos amigos e heróis
da Quase, que nos deixou esse fim de semana.
Antes de tudo, a
Mongoteca é fruto direto da experiência, influência
e apoio destes nossos amigos capixabas. Devemos - particularmente eu
devo - muito do que fizemos ao pessoal da Quase.
A coragem de dar a
cara a tapa, de falar merda em público, de fazer viagens
exdruxúlas, de conhecer pessoas da pior espécie, de
envergonhar a família e botar seus empregos em risco, em troca
de publicarem uma das mais sensacionais revistas de humor que
passaram em minha vida, que desperta paixão em até
mesmo que a odeia, é a sensação mais intensa que
sinto sempre quando releio minha coleção de Quase –
principalmente agora, que as retirei do armário pra ficar
chorando em meios aos risos.
Ao longo dos quase
10 anos de convivência, Porco e eu nos ligamos afetivamente com
todos da Quase. Fizemos shows, viajamos, hospedamos, comemos moqueca,
bebemos, fumamos, participamos de vídeo, viramos noites,
ouvimos rock, rolamos de rir até doer a barriga com eles. E ao longo desses
anos Labanca sempre me intrigou, pois não entendia como aquele menino bonito, engraçado, inteligente e sensível como
ele podia ser depositário de tanta sacanagem nessa vida.
Eu via o talento
do Juliano para desenhar e amarrar piadinhas, a acidez extrema do
Furlan, as bizarrices do Keka e disposição pra coisa
errada do Raul, e para mim ficava bem claro a coerência entre
eles e suas piadas. Agora com Labanca era diferente, eu não
reconhecia nele essa piadisse toda (mesmo sendo engraçado todo
o tempo), nossos papos eram sérios, ele sempre falava de
pesquisa acadêmica e política. Comentava a dificuldade
de dar aula, o esforço para morar no Rio, a música
sofisticada que ouvia(eu o ouvia falar de samba), e eu olhava pra ele
e ficava pensando: - Onde estava o Rodrigson, ou o pai do sonhador
Miltinho e do intratável Valdo?
Assim foi ao longo
dos anos, e durante 2010, quando ele passou parte do ano tendo minha
casa como pouso durante parte dos seus estudos na UFMG, pude entender
melhor esse humor dele, pois no meio daqueles papos sérios, de
repente Labanca falava aquela merda que me deixava até corado
antes de começar a rachar de rir.
Ahá! Esse é
o Labanca.
Cara de talento
indiscutivel, ótimo no vídeo, com grande repertório
de personagens em seus sketchs, pensamento rápido, olho
levemente estrábico, maravilhosos hábito de desenhar
com pincel, jeito estranho de segurar a caneta, entrega aos estudos,
organizado (lavava sua louça e arrumava a cama todas as manhãs
antes de sair para estudar, hehe). O que relembro aqui não é
tudo, vivemos um bocado de coisas, e fico imensamente grato por ter
passado esse tempo com ele durante o ano retrasado.
Mandamos daqui um
amor maior que a distância de BH para Vitória para
nossos amigos Keka, Jovem Juliano, Raul Chequer, Daniel Furlan,
Cinthia, Chiquinho e os demais da patota.
E que a obra do
Labanca seja honrada com a continuação do trabalho de
vocês amigos, estamos aqui juntos, chorando, rindo, com
saudade, sem acreditar que ele não está aqui, felizes
por ele está para sempre aqui conosco. Hora de seguir em
frente pelo nosso amigo. Contem com a gente.
Beijos demais para
todos. Paz para nós e obrigado por esse tempo Labanquinha.
4 comentários:
Batista,
sem muitas palavras até agora, mas mais confortado com suas palavras.
Em nome de todos, 'brigadão, muita saudade.
bjs
keka
Grande cara. Vai deixar muita saudade aqui no RJ também. Tinha uma pesquisa maravilhosa sobre distribuição de jornais. Trabalhamos juntos com estudos de imigração italiana. Vou dar o meu melhor para o trabalho dele continuar circulando pelo meio acadêmico também.
Um abraço
Ass: Maria Izabel Mazini
obs.: nem me lembrava mais que eu tinha esse blog "Eu & Gatos". Excluí o comentário assim por sair sem meu nome
Lindo! Muita saudades...
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